Manifestantes pró e contra o atual governo tomaram as ruas do país; Guaidó anunciou que haverá um centro de distribuição de doações em Roraima

Manifestações em favor do presidente Maduro se concentraram principalmente nas ruas da Venezuela
Milhares de manifestantes saíram nesta terça-feira às ruas da capital da Venezuela e de outras cidades do país para protestar contra e a favor do governo de Nicolás Maduro. As manifestações em favor do presidente Maduro se concentraram principalmente nas ruas de Caracas, como parte da marcha para a celebração do Dia da Juventude e em defesa da soberania do país.
“Eu quero a paz para a Venezuela , todos queremos paz para a Venezuela. Que os tambores da guerra se afastem, que as ameaças de invasão militar se afastem e que a Venezuela diga em um só coro, com uma só voz: Queremos paz! Queremos felicidade!”, discursou Maduro.
Por outro lado, em ruas de outras cidades do país, manifestantes pediam a entrada de ajuda humanitária no país. O presidente autoproclamado, Juan Guai dó , marcou para o próximo dia 23 a data para entrada no país de doações internacionais. Neste dia completará um mês que ele se proclamou presidente da República.
“Um mês depois que nós, venezuelanos, fizermos o juramento, 23 de fevereiro será o dia da ajuda humanitária para entrar no país. A partir de hoje vamos nos organizar para a maior mobilização da nossa história”, afirmou Guaidó no seu perfil no Twitter.
Guaidó também anunciou que haverá um centro de distribuição de doações em Roraima. O centro faz parte da cooperação coordenada por um gabinete interministerial do Brasil, envolvendo os ministérios da Saúde e da Defesa, e será instalado nos próximos dias.
“Para que a ajuda humanitária entre, precisamos de organização e mobilização. Não há ninguém que possa contra uma maioria organizada”, alertou Juan Guaidó , informando que no sábado (16) serão organizados conselhos destinados à organização da ajuda humanitária.

Presidente autoproclamado da Venezuela marcou para o próximo dia 23 a data para entrada de doações internacionais
Segundo o venezuelano, no domingo (17) haverá “acampamentos humanitários itinerantes” em distintos pontos do país. “Tudo o que estamos fazendo é impedir que continuemos a ver os venezuelanos sofrerem. Já basta. É hora de ajudar”, ressaltou nas redes sociais.
Guaidó disse ainda que haverá mais um centro de distribuição de ajuda humanitária, além de Roraima e Cúcuta, na Colômbia. De passagem por Brasília, a nova embaixadora venezuelana no Brasil, María Teresa Belandria, disse na segunda-feira (11) que há necessidade de alimentos, medicamentos, transporte e logística.
Em meio à chegada da primeira carga de ajuda humanitária ao, Nicolás Maduro manifestou sua insatisfação com a “intervenção” norte-americana e apontou o país de Donald Trump como o principal causador da crise venezuelana.
Em entrevista à BBC News , divulgada nesta manhã, Maduro garantiu que não aceitará que a Venezuela receba ajuda humanitária dos Estados Unidos, já que esse seria um “show” projetado pelo país como uma forma de controlar e intervir na política venezuelana. “Eles são belistas que querem tomar a país.”
Nos últimos meses, o país vem enfrentando grave escassez de itens básicos, como medicamentos e alimentos. Porém, tal questão foi negada por Maduro, que afirmou que a Venezuela tem a capacidade de satisfazer as necessidades de seu povo e que não precisa de “migalhas de ninguém”
Fonte: Ultimo Segundo