Reunião com ministro na ALMT termina sem resolver problema da Santa Casa

Mesmo o ministro sinalizando que para repassar qualquer recurso público para a instituição que é privada, a direção do hospital teria que apresentar uma prestação de contas dos gastos da instituição, o que não foi feito.

Mesmo com todo esforço conjunto entre a presidência da Assembleia Legislativa, Senado, Câmara Federal, Prefeitura de Cuiabá, governo do estado e governo federal, a reunião ocorrida na sede do Poder Legislativo, no início da noite desta segunda-feira (22.04) entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deputados estaduais, federais, senadores e dirigentes de hospitais filantrópicos, terminou sem resolver o problema da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, que fechou as portas por conta da dívida milionária com fornecedores e funcionários que estão há meses sem receber salários. O motivo é que mesmo o ministro sinalizando há mais de um mês que para repassar qualquer recurso público para a instituição que é privada, a direção teria que apresentar uma prestação de contas dos gastos da instituição, o que não foi feito.

“A gente continua com a mesma preocupação com relação à Santa Casa. O ministro foi muito categórico. Ele havia nos dado uma tarefa anteriormente e essa tarefa não foi executada. Quando eu falo ‘nos deu’ estou me referindo à diretoria da Santa Casa que devia ter apresentado notas, bem como uma prestação de contas e ter dado transparência aos gastos para que o governo Federal destine qualquer recurso para a instituição e eu não vejo nada mais normal que isso. Qualquer cidadão antes de pagar uma conta quer saber o que ele realmente ele deve e como os serviços que foram prestados na ponta do lápis. Para o ministro não basta vir com um valor escrito em um papel de quanto a Santa Casa deve pra cada credor. Ele quer saber exatamente quem foi, se realmente existe e onde é essa empresa, se essa nota fiscal foi auditada. Acho que a gente sai daqui com uma mensagem muito clara de que se não for feita uma intervenção para que se possibilite uma auditoria que dê credibilidade à Santa Casa não vamos conseguir aportar recursos de parte alguma. Oque hoje não tem na instituição atualmente é credibilidade e isso faz com que ninguém queira mais passar recursos sem saber como de fato será aplicado”, lamentou a presidente da Assembleia Legislativa, deputada estadual Janaina Riva (MDB), que liderou as tratativas.

De acordo com a presidente, o fato de a Santa Casa de Cuiabá não ter feito o dever de casa e não prestar contas com clareza, acaba resvalando em outras instituições como o Hospital do Câncer, por exemplo. “Ficou muito claro na reunião o posicionamento das outras entidades filantrópicas que nos deixaram a mensagem de insatisfação e de medo de o fato de a Santa Casa não fazer o dever de casa dela acabe fazendo com que todos sejam penalizados. Não podemos ser inconsequentes como muitos defendem de que o dinheiro precisa ser repassado sem uma prestação de contas sem saber exatamente onde esse dinheiro foi parar. A situação é muito mais complexa que isso pois envolve recursos públicos. Resolver ou não o imbróglio da Santa Casa está nas mãos da própria direção. Chega a ser vergonhoso para nós, que esperávamos alguma resolução, ouvir do ministro que já falou várias vezes a mesma coisa sobre a obrigatoriedade da prestação de contas há mais de um mês”, disse.

Segundo Janaina, a Assembleia Legislativa deve retomar as tratativas novamente com a direção da Santa Casa para que essa prestação de contas aconteça de maneira mais célere possível. “O que a população ainda não entendeu e que torna tudo mais complicado, é que a Santa Casa é uma instituição privada. Vejo muita gente indagando nas redes sociais sobre o motivo do governo, da Assembleia não fazer nada com relação ao fechamento daquela unidade de saúde, mas isso realmente não era pra acontecer. Governo, Prefeitura, Assembleia estão se mobilizando pelas pessoas que estão padecendo sem atendimento e pelos funcionários há meses sem receber”, finalizou.

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