De acordo com o Senador, que participou dos atos, a população estava com a sensação de que o presidente da Câmara quer ser um ‘primeiro-ministro disfarçado’
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), afirmou na segunda-feira (27) que os atos pró governo do presidente Jair Bolsonaro tiveram “mensagens muito duras” contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). As manifestações ocorreram no domingo (26).
“Logicamente ele [Rodrigo Maia] tem um papel fundamental como o dono da pauta da Câmara e acaba, de certa forma, ecoando sobre ele: o ônus de conduzir essa pauta e o bônus da pauta desagradar pelo resultado, que não é uma coisa que ele pode controlar”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
“Foram mensagens muito duras sob a figura dele [Maia], menos em relação ao Davi [Alcolumbre, presidente do Senado]. Foram mensagens duras, gerais a todos nós congressistas e a população dizendo: ‘nós estamos de olho, vamos cobrar efetivamente’”, afirmou o senador.
Major Olímpio disse, ainda, que sentiu um “sentimento agudo” sobre a conduta de Rodrigo Maia. Segundo Major Olímpio, o presidente da Câmara passa para a população a sensação de que quer “ser um primeiro-ministro disfarço e quer impor o seu posicionamento em relação ao Executivo”.
Questionado sobre se o governo deveria fazer um ‘mea culpa‘ a respeito das pautas que não demoraram para andar no Congresso, o líder do PSL no Senado disse que o governo deve fazer um ‘mea culpa permanente”. “Sabemos que o partido de base do presidente é só o próprio PSL, o partido dele. Sabíamos disso, sabíamos que ia acontecer, que a cada votação, a cada pauta teria que ter processo de convencimento.”
Para Olímpio, no entanto, “muita gente não quer ser convencida a nada”. “Tem muita gente sonhando com a volta do toma lá da cá, de exigir pontualmente circunstâncias para poder votar e isso é dificuldade, não tem articulação”, disse. “Muitas vezes criticam o Major Vitor Hugo [líder do governo na Câmara]. Ele não pode entregar que ele não tem.”
Olímpio afirmou que há “desarticulação no governo sim” e que as lideranças da Câmara estão tentando “subjugar, colocar de joelhos o poder Executivo”. De acordo com o senador, muitos parlamentares que hoje tentam demonstrar força para o presidente Jair Bolsonaro são os mesmos que se “engalfinhavam” para fazer lives e selfies com Bolsonaro.
“Nós tivemos um anúncio de um pacote já fechado, que nunca ninguém viu, de 120 deputados que seriam fiéis de todas as formas ao presidente e que, posteriormente, começamos a tomar algumas bordoadas, alguns revezes, encabeçados por pseudos aliados”, reclamou. “Aqui em São Paulo eu vejo vários que faziam santinhos eletrônicos com Jair Bolsonaro e comigo e que agora estão falando que vão apertar o presidente, vão impor derrotas, vão convocar ministros para dar demonstração de força idiota num processo de demonstração de força contra o país.”