Bolsonaro diz que pretende vetar gratuidade de bagagem aérea

Bolsonaro brincou com a quantidade de itens que os homens levam para viajar em comparação às mulheres

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em transmissão ao vivo feita nesta quinta-feira (30) na sua página do Facebook, que a sua intenção é vetar o texto que proíbe as companhias aéreas de cobrar por despacho de bagagem, ao contrário do que aprovou o Senado na semana passada.

Para sustentar o argumento, ele brincou com a quantidade de itens que leva para viajar em comparação com a sua esposa, Michelle.

“Quando eu saio com a minha esposa pra fazer uma viagem eu boto 10 kg de material e ela coloca 40kg. Vou com meu sapato e apenas um chinelo, ela coloca cinco pares de sapatos, cinco de chinelos”, falou, questionando a senadora Soraya Thronicke (PSL) e a deputada Aline Sleutjes (PSL), que estavam com ele na mesa, porque elas levam tantos objetos.

Soraya concordou com o veto do presidente, e disse que cobrar as bagagens atrapalha na abertura do mercado brasileiro para as empresas low cost. Outro trecho da MP que foi aprovado autoriza a participação de até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Normalmente, as companhias low cost cobram preços mais baratos pelas passagens, mas taxam as malas.

Bolsonaro argumentou que o preço das bagagens no Brasil está incluído no valor total cobrado na passagem aérea, e que as empresas “querem ser as responsáveis por fazer essa regulação”.

Reforma administrativa

Ele citou ainda a votação que aprovou a Medida Provisória da reforma administrativa (MP 870/19) e retirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro Sergio Moro, que comanda a pasta da Justiça e Segurança Pública.

Bolsonaro pediu que os parlamentares parassem de “atacar” as pessoas que se ausentaram ou votaram contra e que não se pode “atirar em uma pessoa que é nossa aliada”. Ele reiterou que pediu para que os seus colegas do PSL “não criassem problemas ou apresentassem destaques”, e que “deixassem aprovar a MP como ela saiu da Câmara”.

“Ninguém perdeu nada com isso [a saída do Coaf]. Tirar do Moro e deixar perto do Guedes, ou alguém acha que o Guedes, se alguém estiver precisando de dados, não vai fornecer. O Coaf continua com o governo”, salientou.

Unidades Básicas de Saúde

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também esteve na transmissão. Ele citou a medida anunciada no início do mês que prevê que as UBS que ampliarem horário de atendimento receberão mais recursos do governo federal. De acordo com o ministro, em uma semana de publicação da portaria, 400 estabelecimentos já pediram a habilitação, principalmente na região Nordeste.

A proposta quer que a população tenha acesso aos serviços básicos, como consultas médicas e odontológicas, aplicação de vacinas, consultas pré-natal, entre outros procedimentos, durante os três turnos. “Economizamos em passagens, medicamentos, para colocar tudo na atenção primária”, afirmou.

Educação

Bolsonaro citou a liberação de R$ 1,588 bilhão da reserva para recompor a verba do Ministérios da Educação (MEC), anunciada pelo ministro Abraham Weintraub na semana passada. O “descontingenciamento”, como ele mesmo chamou, é parte de uma reserva de emergência criada no fim de março para evitar um novo bloqueio.

“Ele segurou um pouquinho ali atrás, 3,6% do orçamento, e agora tá praticamente zerando”, explicou. O presidente não falou sobre as manifestações que ocorreram nesta quinta-feira, em que estudantes e representantes de entidades estudantis e de sindicatos de trabalhadores foram às ruas em várias cidades do país para protestar contra o contingenciamento de verbas públicas.

Fonte: Jovem Pan

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