JOGO DO BICHO: Concorrente de Arcanjo estava há pelo menos 2 anos no mercado

Organização criminosa liderada por Frederico Muller Coutinho, a FMC Ello, atuava há pelo menos 2 anos em Mato Grosso com jogo do bicho e lavagem de dinheiro, apontou a Polícia Civil. Em maio deste ano, Coutinho recebeu o título de comendador, o mesmo dado a João Arcanjo Ribeiro.

Os delegados Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), responsáveis pelas investigações, informaram que, apesar de 2 anos de atuação, o grupo buscava expandir os negócios pelo Estado.

Ainda não há indicios de que o esquema tenha começado antes desse período.

Empresas de Frederico, que estão em recuperação judicial, eram usadas no esquema de lavagem de dinheiro. “Era com elas que ele fazia as transferências com pessoas ligadas ao jogo do bicho. Ocorria de forma pulverizada, demonstrando a lavagem de dinheiro”, disse Luiz Henrique.

Uma das empresas citadas pelo delegado é a FMC Factoring. Contra a organização Elo, pode pesar ainda uma tentativa de homicídio, que está sendo investigada.

Segundo Luiz Henrique, a vítima teria sido um ex-membro do grupo. “O homem contou que foi vítima de um atentado. Ele participava do grupo, mas acabou saindo. O carro dele foi alvo de vários disparos. Então, temos que aprofundar as investigações”.

Na época, a vítima foi até à delegacia, registrou o crime a ainda apontou as pessoas que teriam realizado o serviço.

Jogos de azar

Apesar de ser investigado desde 2017 na operação conjunta da Defaz e GCCO, Frederico foi apontado como dono de um cassino clandestino fechado em maio de 2018, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).

No local foram apreendidas 50 máquinas de caça-níqueis, além da detenção de 5 pessoas que estavam no local.

Na tentativa em expandir os negócios por outras regiões de Mato Grosso, teve um dos seus funcionários ameaçado pelos homens de Arcanjo, como explicou o delegado Damasceno.

“O grupo queria entrar no mercado de Juara, um dos funcionários da Elo foi sequestrado pelos homens de Arcanjo em seu hotel, e foi levado para um local, onde teve que entregar as máquinas de apostas e ameaçado para não voltar ao município”.

No dia 15 desse mês, Frederico recebeu da Câmara Municipal de Cuiabá o título de comendador. O mesmo que Arcanjo recebeu anos atrás pela Assembleia Legislativa do Estado.

Delator de Silval Barbosa 

Muller é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes durante o governo de Silval Barbosa, que acabou preso na operação.

Ele tinha a função de trocar cheques no esquema e passou ainda dinheiro para o então braço direito do ex-governador.

Frederico Müller Coutinho é filho do ex-vereador e ex-prefeito Wilson Coutinho.

O grupo FMC está em recuperação judicial desde 2014 e é composto pelas empresas FMC Cobranças Ltda ME, AMC – Assessoria e Cobrança Ltda – ME, Garantia Assessoria e Cobrança Ltda – ME, e Garantia Locação para Festa e Eventos Ltda – ME.

Fonte: GD (Yuri Ramires)

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