Setembro amarelo: conversar é a melhor prevenção contra o suicídio

“Quando uma pessoa pensa em suicídio ela quer matar a dor, mas nunca a vida”. As palavras do psicanalista e escritor, Augusto Cury, estão nos panfletos que fazem parte da campanha do Programa do Bem Viver do Poder Judiciário de Mato Grosso. Ela pretende desmistificar um tema muito sério, que é o suicídio. Compreender verdades e mitos sobre o tema pode salvar muitas vidas. Informações, o telefone de serviços profissionais e a palestra “A vontade de ser feliz – A vida é a melhor escolha”, com o psicólogo Afro Stefanini, que será realizada no dia 18 de setembro (quarta-feira), às 10h, no Auditório Gervásio Leite, na sede do TJMT, serão algumas das ações durante a Campanha #SetembroAmarelo, no mês mundial de prevenção ao suicídio.

A servidora Creuzenil Maria Boa Morte teve uma experiência dessas com uma pessoa muito próxima. “Foi muito complicado. Tivemos orientação de um psiquiatra amigo da família e as pessoas mais próximas podem e devem ajudar. Temos tratamentos para isto“, revelou a auxiliar judiciária do TJMT. E ajudar é o que a campanha pretende. Primeiro com as fitas amarelas nos crachás ou roupas para lembrar a todos sobre este período, informações dos folders para o esclarecimento dos motivos que podem levar uma pessoa a cometer o suicídio e principalmente a quem recorrer e como auxiliar. No caso as indicações são o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelos telefones 188 ou (65) 3321-4111 e também o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), pelo telefone (65) 3617-1830.

“O maior objetivo da campanha é este. Saber identificar quando um amigo, colega, familiar vivencia uma situação desta. Muitas vezes a pessoa não apresenta os sintomas como a depressão. Pode ser uma pessoa alegre. Devemos prestar atenção à produtividade e se a pessoa deixou de participar de atividades com os outros. Uma vez identificado o problema deve ser encaminhado a um profissional ou aos serviços como o CVV e Caps. Um tratamento pode salvar e é isso que nós queremos”, disse a psicóloga do Bem Viver, Maria Helena Duarte Monteiro.

As 79 comarcas do Estado aderiram à campanha via psicólogos e fisioterapeutas. “O Tribunal de Justiça está iluminado com a cor amarela para nos lembrar da causa, estamos fazendo a divulgação da prevenção contra o suicídio, via folders informativos, usando também as Redes Sociais para isso e conversando muito com os colegas sobre o tema. Temos que esclarecer. Não é frescura, uma pessoa que passa por determinadas situações precisa de auxílio, devemos incentivar a procura por um profissional da área médica e não condenar, julgar, banalizar. As pessoas dão sinais de suas intenções e devemos estar atentos para ajudar. Com a campanha esperamos que os colegas consigam se abrir para este tema tão importante e que precisa ser debatido. A palestra deve ser um ótimo momento para tirarmos nossas dúvidas, mas não podemos deixar de procurar os profissionais da área”, ressaltou Giselle Ramos Castilho Teixeira, também psicóloga do Bem Viver.

No Departamento Judiciário Auxiliar (Dejaux) os servidores deram total atenção. São mais de 70 pessoas entre servidores, estagiários e terceirizados. Entre eles os surdos. Com o auxílio da interprete de Livras, Angélica Borges, o digitalizador Victor Hugo Moraes agradeceu a iniciativa, ressaltou a importância da divulgação do tema, principalmente entre os colegas dele. Disse que várias questões podem levar a esta atitude e que as dificuldades na comunicação podem potencializar. Por outro lado, disse que ele consegue se colocar no lugar da pessoa e que pode ajudar na identificação de um colega que esteja passando por problemas e quem sabe, evitar o suicídio de alguém.

“Sempre nos esforçamos para participar de todas as campanhas desenvolvidas pelo Bem Viver, pois sabemos da importância de cada uma delas e esta é ainda mais importante, trata da vida. Como em todos Departamentos do Poder Judiciário, não temos tempo de conversar entre nós e estes momentos nos levam à reflexão. Vamos sim pensar melhor sobre o tema e as informações disseminadas, bem como liberar os servidores para participarem da palestra”, disse a diretora do Dejaux, Nil Rosinha Queiroz Bragaglia.

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