Com cerca de 500 apoiadores durante a sessão desta terça-feira (18), o vereador Abílio Junior (PSC) usou a tribuna para alfinetar os colegas parlamentares, especialmente Toninho de Souza (PSD) e o presidente da Casa, Misael Galvão (PTB). A postura se intensificou após a abertura do processo de cassação de mandato por quebra de decoro.
Na tribuna, o vereador chamou Toninho de “pau mandado do prefeito” e insinuou que Misael tentou desestimular a manifestação que defende Abílio, com a divulgação da nota onde é afirmado que a cassação não seria votada na sessão de terça-feira.
“Mesmo que o presidente da Câmara tenha tentado passar uma imagem que está tudo certo em cassar o mandato do vereador, o povo veio. Hoje foi feito um marco histórico na Câmara de Cuiabá”, argumentou o vereador.
Abílio se defende das acusações de que teria maltratado e coagido funcionários da saúde, dizendo que apenas fez o seu trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde e que é perseguido por não apoiar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
Ele ainda afirmou que os colegas que votarem pela sua cassação terão que “enfrentar o povo” e que a população “não vai perdoar e vai lutar se quiserem cassar o mandato do vereador Abílio”.
Tramitação
Mesmo com os ânimos acirrados dentro da Câmara, a cassação continua tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), que irá verificar a legalidade do processo. Foi escolhido como relator do caso Wilson Kero Kero (PSL), que adiantou que o prazo para finalizar o parecer é 10 de março.
Com o relator trabalhando no caso desde 14 de fevereiro, o presidente da CCJ, Lilo Pinheiro (PDT) disse que não vê motivos para a cassação de Abílio Junior. Entre os motivos para esse voto estão as consequências da CPI da Saúde, que levaram à prisão do ex-secretário municipal de Saúde, Huark Correia. “Ele estava cumprindo com a sua função”.
Fonte: GD (Por Thalyta Amaral e Pablo Rodrigo)