SOBERANIA E VASSALAGEM
*Por Senador Márcio Bittar
Lula, ex-presidente e ex-presidiário, declarou, em São Paulo, no dia 20 de fevereiro de 2003, que “a China, para nós, do Brasil, tem que ser entendida como um parceiro estratégico na área comercial, na área do investimento científico e tecnológico, na área cultural porque, afinal de contas, um país que tem apenas 500 anos de cultura não pode deixar de ter humildade e aprender um pouco com outro país que tem milhares de anos de cultura à nossa frente.”
A fala do ex-presidente inaugura um amplo programa de vassalagem ignóbil junto aos chineses. Petistas surfaram na onda dos commodities comprados pela China que se encontrava em forte crescimento econômico artificial. Aos poucos, vendemos nossa soberania aos companheiros comunistas. Reduzimos em termos percentuais nossas trocas comerciais com outros países para concentrar nossas transações com a pátria grande de Mao Tsé-Tung.
O comunismo e o socialismo, que muitos juram não mais existirem, tiveram desde o nascedouro uma vocação global. Trabalham incessantemente pela construção de um poder mundial e de uma filosofia hegemônica. Aliás, Marx desprezava profundamente as minorias nacionais e mesmo qualquer tipo de nacionalismo. No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels, declaram o caráter mundialista da luta do proletariado. O tom sempre foi o
da construção da história do mundo, de forma abrangente e inexorável, rumo ao paraíso comunista.
Não há neutralidade em negócios quando se trata da China. Eles almejam, como os velhos soviéticos, o domínio cultural e político das nações onde dizem apenas cooperar economicamente. Miram os países subdesenvolvidas da África, da Ásia e, nos últimos tempos, da América Latina, como a Venezuela, Argentina e o próprio Brasil. São inimigos implacáveis da democracia, das religiões e das liberdades individuais.
Os últimos acontecimentos gerados com a crise do coronavírus (COVID-19), o vírus chinês, mostram como a vassalagem petista se espalhou e impregnou a mentalidade de parte de nossa imprensa, políticos, professores e tecnocratas. Dizer verdades sobre a China virou pecado capital. Qualquer crítica ao politburo chinês, por mais branda que seja, é rechaçada com virulência e mitologia barata.
O fato do governo federal de Bolsonaro se esforçar em ampliar negócios bilaterais e se aproximar da democracia norte-americana causa reações em cadeia e orquestradas. Em política não há coincidências. Há ação e os chineses trabalham para consolidar a vassalagem cultivada com esmero pelos nossos socialistas tupiniquins. São atrevidos ao ponto de um mero embaixador atacar um deputado federal e tentar calá-lo como fazem com
os inimigos em seu território.
Um traço marcante da esquerda latino-americana é sua ojeriza ao que eles denominavam de império Ianque. Recorriam a um nacionalismo primitivo e tosco para atacar e difamar por todos os meios a democracia americana. Ao mesmo tempo e paradoxalmente, foram e são cordeiros mansos do mundialismo comunista. Primeiro rendiam homenagens ao soviéticos
e agora rendem aos chineses.
Precisamos falar grosso com os chineses. Eles dependem da nossa soja e do nosso minério de ferro. Relações comerciais não justificam sermos submissos e mansos. O Brasil é uma nação de mais de 500 anos e tem como pilares os valores ocidentais da democracia, da liberdade religiosa e dos direitos humanos. Sem esses pilares somos nada. Não podemos vender nossa soberania por trocados chineses. Que Deus nos ajude a ter
vergonha na cara.
*Senador Márcio Bittar do MDB do Estado do Acre