Em pronunciamento, ele disse que o Brasil vai receber matéria-prima da Índia para continuar fabricando o medicamento
Em pronunciamento na noite da quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso de cloroquina no tratamento para o novo coronavírus. Ele parabenizou Roberto Kalil Filho, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, que revelou mais cedo à Jovem Pan que fez uso do medicamento para tratar da Covid-19.
O médico, que estava com um quadro grave da doença, com a possibilidade de transferência para a UTI, apresentou melhora e deve ter alta. “Ele [Kalil] não só usou, como também ministrou para dezenas de pacientes, todos salvos”, afirmou Bolsonaro. “Essa decisão pode entrar na história como tendo salvo milhares de vidas”, continuou.
O presidente declarou que conversou com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e que o Brasil vai receber, até este sábado, matéria-prima para continuar fabricando o remédio.
Apesar de Bolsonaro ter sugerido que o medicamento pode ser usado desde a fase inicial da doença, a cloroquina é ministrada somente para pacientes em estado grave. Além disso, ainda não há estudos robustos a respeito dela.
Em coletiva nesta tarde, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Conselho Federal de Medicina (CFM) deve se posicionar sobre o remédio até o dia 20 de abril. “O governo não precisa politizar esse tema. Quem deve analisar isso é o Conselho Federal de Medicina”, pontuou.
Isolamento
No pronunciamento, Bolsonaro voltou a citar problemas como o desemprego e a fome devido ao fechamento do comércio, mas desta vez não defendeu abertamente o fim do isolamento. Este é um dos grandes impasses do presidente com muitos governadores, que insistem em manter a quarentena para conter a disseminação do coronavírus.
“Tenho a responsabilidade de decidir sobre as questões do País de forma ampla, usando a equipe de ministros que escolhi para conduzir o destino da nação. Todos devem estar sintonizados comigo”, afirmou.
“Respeito as opiniões dos governadores e prefeitos, e as medidas de restrição são responsabilidade deles. O governo não foi consultado sobre a amplitude e duração delas. Espero que saiamos juntos dessa crise e melhores para desenvolver o nosso País”, concluiu.
Fonte: Jovem Pan