Bolsonaro nunca pediu relatórios, diz ex-superintendente da PF no Rio

A Polícia Federal ouviu na tarde de quarta-feira (13), Carlos Henrique Oliveira de Sousa, atual diretor executivo da corporação e o último superintendente no Rio de Janeiro, quando virou alvo dos pedidos de substituição do presidente Bolsonaro para Sérgio Moro, juntamente com o diretor-geral da PF.

Em seu depoimento, Sousa afirmou que no comando da superintendência da PF no Rio, nunca recebeu pedidos por relatórios de inteligência ou sobre quaisquer investigações a pedido da Presidência da República ou do presidente Jair Bolsonaro.

Sousa garante que não presenciou interferência nos trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal enquanto estava à frente das Superintendência de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Disse também que não manteve interlocução direta com o presidente ou familiares quando assumir o comando da PF no Rio.

Ao comentar sobre os inquéritos envolvendo familiares do presidente, Sousa afirmou ter conhecimento apenas de uma investigação no âmbito eleitoral, que já foi relatada e não apresentou indiciamento.

Questionado sobre eventuais problemas de produtividade na Superintendência do Rio, ele disse que quando assumiu o cargo no melhor momento da regional, alcançado durante a gestão de Ricardo Andrade Saadi.

O depoimento aconteceu na sede da PF em Brasília, simultaneamente ao depoimento da deputada federal Carla Zambelli e de Alexandre da Silva Saraiva, superintendente no Amazonas.

A oitiva foi acompanhada por representantes da PGR (Procuradoria Geral da República), da AGU (Advocacia Geral da União) e de um dos advogados que representa Sérgio Moro no processo.

Já prestaram esclarecimentos no caso, além de Moro, o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, Alexandre Ramagem, um dos indicados para substituir Valeixo por Bolsonaro, Ricardo Saad, outro ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro, e os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Walter Braga Netto, da Casa Civil.

Na terça-feira, Moro e representantes da AGU, da PGR e do STF também assistiram a reunião ministerial de 22 de abril, apontada pelo ex-ministro em seu depoimento, como prova das intenções de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.

Fonte: R7

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