De acordo com o artigo 3º da Lei 4.792/86, que define os crimes contra o sistema financeiro nacional, “divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira. Pena: reclusão de dois a seis anos, e multa”.
Na ânsia de criticar o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) espalhou fake news sobre o ex-ministro. Crítico contumaz do governo Bolsonaro, Maia afirmou na última quinta-feira, 19 de junho, que Weintraub ajudou a quebrar o Banco Votorantim, onde trabalhou como economista.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Weintraub assumir um cargo no Banco Mundial, Maia ironizou. “No Banco Mundial? É porque eles não sabem que ele trabalhou no Banco Votorantim que quebrou em 2009 e ele era um dos economistas do banco”, disse o presidente da Câmara dos Deputados.
Acontece que o banco nunca quebrou. O Banco Votorantim passou por dificuldades em 2008 causada pelo desaquecimento do mercado de veículos, o carro-chefe da instituição financeira. No ano seguinte, o Banco do Brasil adquiriu 50% do capital social do Banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões. A operação foi aprovada pelo Banco Central em setembro de 2009.
Pelo Twitter, Weintraub rebateu a fake news de Rodrigo Maia e lembrou ao presidente da Câmara – caso ele não saiba – que o Banco Votorantim existe até hoje. “A afirmação dele é uma mentira. Tive a honra de trabalhar lá. Comecei como liquidante (boy) e cheguei a diretor estatutário. Fui economista chefe, ranqueado várias vezes no Top 5”, publicou o ex-ministro.
Weintraub defende seu trabalho em banco Votorantim e diz que Maia espalha fake news
Em outra publicação, Weintraub disse continua investindo em títulos do banco e alertou Maia sobre a gravidade de espalhar fake news. “Atualmente invisto em títulos da dívida dessa instituição por acreditar em sua solidez e seriedade. Espalhar Fakenews sobre a solvência de uma instituição financeira é muito grave”.
A afirmação de Maia pode configurar crime contra o sistema financeiro nacional. De acordo com o artigo 3º da Lei 4.792/86, que define os crimes contra o sistema financeiro nacional, “divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira. Pena: reclusão de dois a seis anos, e multa”. A dúvida é saber se o Judiciário terá a mesma apetite para punir Rodrigo Maia que teve para perseguir parlamentares e jornalistas de direita.
Economista formado pela Universidade de São Paulo (USP), Abraham Weintraub tem MBA Executivo Internacional e mestrado em Administração na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O ex-ministro foi economista-chefe e diretor do Banco Votorantim, além de CEO da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra.
Fonte: Terça Livre (Por Bruno Rodrigues – revistatercalivre.com.br)