Crescimento da produção, a maior do Brasil, deve fechar a safra 2020/21 com mais de 75 milhões de toneladas
O 5º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, divulgado na sexta-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostra que, pela primeira vez, Mato Grosso vai colher mais milho do que soja, nesta temporada.
São esperadas 35,76 milhões de toneladas do cereal contra 35,44 milhões de toneladas de soja.
O efeito inédito revela que o milho é – entre as três mais importantes safras do Estado – a única com projeção de crescimento anual.
A soja deve fechar o ciclo com queda de 1,2% e o algodão em pluma com retração de 14%, todos na comparação à safra passada.
No geral, esse levantamento aponta mais um crescimento da produção agrícola de Mato Grosso, que é a maior do Brasil, e deve fechar a safra 2020/21 com novo saldo histórico, mais de 75,23 milhões de toneladas.
Se a produção total esperada se confirmar, o incremento anual será de 0,5% sobre o saldo anterior de 74,89 milhões de toneladas.
Com essas projeções, Mato Grosso segue pelo nono ano consecutivo como o maior produtor nacional de grãos e fibra.
O milho segunda safra aponta para crescimento anual de 3,3%, com a oferta chegando a 35,76 milhões de toneladas ante 34,60 milhões de toneladas.
Na soja, a retração é de 1,2%, com a oferta podendo chegar a 35,44 milhões toneladas.
O algodão em pluma deve somar 1,80 milhão de toneladas, ou 14% menos que na safra passada.
Para o País, está projetado crescimento na produção, devendo alcançar 268,3 milhões de toneladas, ou 4,4% (11,4 milhões de toneladas) superior ao obtido em 2019/20.
Também no País, o ganho de 3,5 milhões de toneladas, entre um ciclo e outro, é sustentado pelo crescimento de 4,4% na área de plantio do milho segunda safra.
Essa cultura ainda está em semeadura.
Com relação à área total plantada, estimada em 67,7 milhões de hectares, representa um crescimento de 2,7% em relação à safra anterior.
Realizada na última semana de janeiro, a pesquisa mostra que neste momento está em andamento a colheita das lavouras de primeira safra.
Este é um período em que a maioria dessas áreas será utilizada para o posterior plantio das culturas de segunda e terceira safras.
Com relação ao milho primeira safra, houve uma redução de 0,8% na área cultivada.
A produção esperada é de 23,6 milhões de toneladas. Somando-se a segunda e a terceira safras, a produção total poderá atingir 105,5 milhões de toneladas, 2,9% superior à obtida em 2019/20.
A soja vem mantendo a tendência de crescimento na área cultivada.
Nesta safra, a estimativa aponta para uma área de 38,3 milhões de hectares, crescimento de 3,6% em relação ao ciclo passado e uma produção de 133,8 milhões de toneladas.
O feijão mostra um crescimento na primeira safra de 0,6% na área e produção estimada em 1 milhão de toneladas. Quando somadas as três safras, este número de produção passa para 3,2 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a safra de arroz deverá sofrer uma redução de 2,3% na área cultivada, totalizando 1,7 milhão de hectares e 10,9 milhões de toneladas na produção.
Finalmente, com relação às demais culturas, o algodão mostra uma concentração do plantio em janeiro, e previsão de queda de 13,1% na área e 16% na produção.
O amendoim primeira safra terá crescimento de 3% na área e 560,5 mil toneladas de produção estimada.
Já o trigo tem o seu início de plantio a partir de março, com perspectivas de crescimento de 2,1% na área semeada e 6,4 milhões de toneladas de produção.
MERCADO DE GRÃOS – Em relação ao milho, o cereal finalizou o ano-safra em janeiro de 2021 com exportações em 34,8 milhões de toneladas, o que representa redução de 14,9% em relação ao último ano, mantida a previsão de exportações em 35 milhões de toneladas até o final de janeiro de 2022.
No mês atual, os embarques alcançaram 2,5 milhões de toneladas, 22% a mais que no mesmo período do ano passado.
A soja tem venda estimada para o mercado externo de 85,6 milhões de toneladas para este ano.
Em janeiro, o ritmo de exportações foi lento devido a pouca quantidade de safra colhida da cultura, mas caso se confirme a expectativa para o ano, o volume será recorde da série histórica, com aumento de 3,12%.
Para o algodão, as exportações continuaram em ritmo acelerado se comparado com a média histórica em janeiro, porém com queda de 11,34% em relação a jan/2020.
No caso do arroz, o destaque segue para as importações, que fecharam o primeiro mês do ano em 131,1 mil toneladas, contra 59,6 mil toneladas observadas no mesmo período em 2019.
Fonte: DC (Por Marianna Peres)