Sobre urnas e um supercomputador que falha

A polêmica em torno da segurança das urnas eletrônicas é uma cortina de fumaça. O coração do problema com as eleições é a totalização de votos no supercomputador do TSE

*Por Marco Frenette

Chama a atenção o fato de algumas pessoas inteligentes e corretas, ou seja, pessoas não esquerdistas e não comprometidas com a destruição de um presidente honesto, acreditarem na segurança do sistema eleitoral brasileiro.

Normalmente, isso se deve ao fato de elas terem estudado as formas de proteção das urnas, tais como a zerésima, o registro digital e o boletim de urna; e terem, depois do estudo, se convencido do nível aceitável de segurança.

Ocorre que urna segura é muito, mas muito diferente de contabilização segura após fechamento das urnas, seguida de lisura na apresentação dos resultados finais. Noutras palavras, o risco maior de fraudes não está mais nas urnas ou no momento da votação.

Se algo ocorrer de errado ou doloso na eleição presidencial, ocorrerá a partir do momento em que a votação já estiver encerrada e as urnas já estiverem lacradas.

O grande risco começa a ganhar forma no momento em que o arquivo RDV (Registro Digital de Voto), uma espécie de pen drive, é retirado da urna eletrônica e é fisicamente conduzido a um dos “polos de transmissão de dados”.

Esse “polo” nada mais é do que um computador normal, de uma escola por exemplo, no qual o pen drive será conectado; e a pessoa responsável, por meio de uma senha e um token, enviará os resultados de sua seção eleitoral diretamente para o chamado “supercomputador” do TSE. Essa transmissão é feita acessando uma rede privativa do próprio Tribunal.

Foi nas eleições municipais de 2020 que, pela primeira vez, a totalização foi centralizada no TSE, ao contrário das anteriores, nas quais cada Tribunal Regional Eleitoral realizava a totalização de sua região e só depois enviava os dados ao Tribunal Superior.

Está acompanhando? Rede privativa associada a um processo de totalização centralizado no TSE, tirando completamente da jogada os Tribunais Regionais.

Agora, preste mais atenção ainda. O que o TSE anunciou oficialmente nas apurações de 2020?

Anunciou isto: “Houve um atraso na totalização dos resultados por força de um problema técnico em nosso supercomputador. Um dos núcleos de processadores falhou e foi preciso repará-lo”.

Ou seja, a TOTALIZAÇÃO dos votos é realizada por um “supercomputador” que apresenta falhas de funcionamento no dia crucial, e com resultados recebidos de todo o Brasil.

Agora, voltemos aos honestos ingênuos aos quais me referi no primeiro parágrafo: eles compraram a narrativa de que se as urnas eletrônicas se provam seguras, o problema está resolvido.

Perceba que toda a mídia esquerdista e todas as instituições aparelhadas fazem questão de direcionar a discussão e a argumentação para o problema das urnas. É uma cortina de fumaça para ludibriar os conservadores.

Com essa fumaça, os esquerdistas criam uma atmosfera de debate na qual a totalização dos votos fica parecendo um mero detalhe formal que não merece atenção.

Mas, na realidade, a totalização é o coração do problema, o qual se inicia com a conexão dos pen drives para enviar os dados ao supercomputador “capengaqueprecisadereparos”.

Entendendo isso, é possível perceber algo muito mais grave: a luta dos conservadores para ter o voto impresso em conjunto com o digital é apenas um dos passos para garantir o próximo mandato de Jair Messias Bolsonaro.

O passo seguinte, e de importância vital, é a transparência e fiscalização em tempo real do processo de totalização, o qual, do modo que está configurado hoje, é a crônica de uma morte anunciada.

Não é por acaso que o professor Olavo de Carvalho cita a frase atribuída a Stálin: “O importante não é quem vota, mas quem conta os votos”.

E se fôssemos atualizar essa frase para nossa situação atual, ela ficaria assim: “O importante não é quem vota, mas quem faz o supercomputador falhar no momento oportuno”.

*Marco Frenette é escritor e jornalista.

Fonte: Brasil Sem Medo – brasilsemmedo.com

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