O evento acontece entre os dias 06 e 17 de julho, em Olinda (PE). O objetivo é expandir e divulgar a cultura várzea-grandense para o mundo, valorizando o trabalho das artesãs que descendem dos povos nativos da etnia Guatós e vivem até hoje na comunidade.
Com apoio da Prefeitura de Várzea Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SMECEL), a Tece Arte – Associação das Redeiras de Limpo Grande – participará da maior feira de artesanato da América Latina, a Fenearte. O evento acontece entre os dias 06 e 17 de julho, em Olinda (PE). O objetivo é expandir e divulgar a cultura de Várzea Grande.
Este é o segundo ano consecutivo que a Associação leva a arte produzida em Várzea Grande para a Fenearte. Em 2021, a ação foi um sucesso. E a expectativa das redeiras para este ano é ainda maior. “É uma honra poder participar da maior feita de artesanato da América Latina e levar nossa belíssima cultura para o mundo”, afirma a presidente da associação, Jilaine Maria da Silva.
Filha de tecelã, Jilaine explica que a técnica das redes de Limpo Grande descende dos povos nativos da etnia Guanás, que primeiro habitaram a região e transmitiram seus saberes de forma oral para cada geração. “Essa era uma cultura que estava praticamente extinta. Uma rede pode demorar mais de dois meses no tear para ficar pronta. E não havia uma estrutura ou um incentivo para que as mulheres continuassem fazendo esse trabalho. Agora, com a Associação e o apoio da Prefeitura, todas as mulheres estão se sentindo muito motivadas”.
A Tece Arte foi fundada recentemente, com incentivo e apoio da primeira-dama do Município, a promotora de Justiça Kika Dorilêo Baracat, que deu todo o suporte necessário às artesãs. “Um dos principais compromissos da nossa gestão é com a valorização da nossa cultura. As redes produzidas na comunidade de Limpo Grande nos identificam como seres várzea-grandenses. Não existem outras iguais ou sequer parecidas no mundo. Portanto, como prefeito, me sinto no dever de incentivar, reconhecer, promover e divulgar esse trabalho, que além de tudo gera emprego, distribui renda e valoriza nossa cidade”, expressou Kalil Baracat.
A mãe de Jilaine, Julia Maria da Silva, é uma das mais antigas do grupo de aproximadamente 40 mulheres que fazem parte do Tece Arte. Com 65 anos, ela tece desde os 15, época em que ainda precisava colher, descaroçar, filar e novelar o algodão por contra própria. “Os desenhos são criados aqui também. Você vê uma algo bonito e risca o papel. Depois passa pro ponto, para aplicar na rede”, explica Julia, e completa. “A gente, que é mais velha, criou nossos filhos com isso. Então a gente quer que essa tradição seja mantida, para que a comunidade continue”, manifestou-se.
A tecelagem de Limpo Grande é um patrimônio imaterial de Várzea Grande, protegido por Lei. “Portanto, é nosso dever apoiar e promovê-la. Para que este trabalho continue vivo e ampliando o alcance da nossa cultura, precisamos mostra-lo para o mundo”, concluiu o Secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Silvio Fidelis.
O trabalho da associação Tece Arte pode ser acompanhado pelas redes sociais em www.instagram.com/teceartemt, onde elas também recebem encomendas.