“No fundo, gostamos de ser lembrados, paparicados, homenageados e de ganhar, sim, um presente no dia dos pais”
*Por Kid Noel
Não sabemos identificar historicamente quando o papel da mãe se sobrepôs à figura do pai na nossa sociedade moderna.
A verdade é que o ícone materno conseguiu um espaço imenso no coração dos seres humanos. E isso é indiscutível.
Comprovado por números, o dia das mães ainda é a data onde mais o comércio fatura com as vendas de presente. O dia dos pais, perde para o Natal e dia dos namorados.
A impressão que se tem é que o pai não precisa tanto ser lembrado ou homenageado em sua data. E ao que parece, tem-se a ideia de que os pais não se importam tanto com ganhar ou não os mimos pelo seu dia.
Talvez, a imagem de fortaleza que o pai passa ou quer deixar transparecer, faz com que ele finja que não se importa tanto com sua data comemorativa.
Fato é que dificilmente vemos os homens cobrando seus filhos ou sugestionando o que gostariam de ganhar.
No fundo, gostamos de ser lembrados, paparicados, homenageados e de ganhar, sim, um presente no dia dos pais.
O que acontece é que a posição que o pai ocupa na hierarquia familiar o impede de se manifestar ou demonstrar um sentimento infantil, que ainda existe em muitos adultos, que é o de querer abrir um pacote com uma linda embalagem pra saber o que há dentro.
No homem sempre vai calar fundo uma frase repetida à exaustão durante a infância – homem não chora. E por isso, só por isso, escondemos esse desejo de ser presenteado. E engolimos a seco, minimizando a data, quando não ganhamos nada. Então, lá vem o eco de que homem não chora. Daí, choramos por dentro.
Para um pai, não importa o tipo de presente. O reconhecimento que vem junto é muito mais precioso. Entretanto, se não houver algo a ser dado, qualquer pai já se emocionará ao extremo com um abraço demorado, seguido de simples palavras que exprimam o quanto aquele filho é grato pelo pai que possui.
Há algum tempo se levantou uma verdadeira guerra contra o patriarcado. Verdadeiras cruzadas marcharam com palavras de ordem demonizando a figura masculina e acusando-a por todas as mazelas da humanidade.
Quando se olha detidamente esses movimentos inquisidores percebe-se que o intento é subjugar o humano do sexo masculino. Os testosteronofóbicos se esquecem que nosso mundo foi projetado por uma força Divinal que preconizou a dualidade em tudo que existe. Essa harmonia depende das duas partes. O bem e o mal. O sol e a lua. O dia e a noite. A derrota e a vitória. O homem e a mulher.
Os tempos mudaram rapidamente os costumes da sociedade. Então, aquela figura do homem caçador, provedor, garantidor da segurança e integridade física das famílias aos poucos foi sendo substituída por lares onde as mulheres tomaram as rédeas da situação e do orçamento doméstico.
A isso deu-se o nome de evolução. Mas será que isso foi algo bom?
É lógico que a mulher precisa ocupar espaços no mercado de trabalho, subir nas graduações corporativas, ter seu próprio e bom salário, ser alguém que não apenas a esposa de um sobrenome famoso.
Só que o preço que elas pagam atualmente é muito alto. Altíssimo!
As mulheres passaram a ser assaltadas por enfermidades que antes tinham como maioria da clientela os homens. Projetaram ter seus filhos já beirando os quarenta anos. Mães de um parto somente. Mães cinquentonas com filhos adolescentes é muito comum de se ver nos dias atuais. Tudo isso associado a jornadas extenuantes de mais de dez horas diárias.
Em determinado momento, a fisiologia feminina irá cobrar e tem cobrado um preço muito caro.
Qual a solução?
A resposta é que não há essa solução. O processo é irreversível. E as mulheres que sempre foram consideradas vítimas do ‘machismo’, da opressão masculina, do patriarcado dominador e excludente, agora sofrem por seguirem diretrizes criadas por marqueteiros irresponsáveis que gravaram palavras de ordem contra o gênero masculino.
Não! O macho não é subjugador da fêmea. Ele só é bruto, rústico e sistemático porque seu cérebro foi, desde as cavernas, treinado para assim proceder. Todavia, a rudeza desse primata se dissipa quando encontra a doçura da fêmea.
Os reguladores sociais, talvez inadvertidamente mas acredito que não, ao invés de promover uma guerra entre os gêneros, deveriam ter buscado a integração. O entrelaçamento. A paz… Quem sabe, ainda consigamos!
De qualquer forma, nenhum homem de bom-senso pretende que o dia dos pais seja mais comemorado ou tenha faturamento maior que o dia das mães.
Provavelmente, o homem, olhando esse caos no qual se transformou o universo feminino, sonhe em voltar a ser o Sansão, não de uma Dalila, mas da Amélia, aquela que um dia fora uma mulher de verdade.
Feliz nosso dia dos pais!
*Kid Noel é Radialista, Jornalista, Publicitário e Historiador