Várzea Grande vai integrar o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Cuiabá

O Município está avançando nas melhorias do tratamento e distribuição de água, assim como do esgoto, contribuindo com a preservação do rio.

A proposta foi feita ao prefeito Kalil Baracat (MDB) na segunda-feira (13), pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD), autor do projeto Expedição Fluvial no Rio Cuiabá da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, assim como pela primeira-secretária executiva do Comitê, Eliana Beatriz Rondon Lima e outros membros. “Saímos dessa reunião muito satisfeitos. O comprometimento do prefeito Kalil Baracat nos deixou impressionados”, pontuou o parlamentar.

Durante a reunião, ficou acordado previamente que, no próximo dia 22 de março, quando é comemorado o Dia Mundial da Água. “Estaremos de volta à Prefeitura de Várzea Grande com vários outros prefeitos da baixada cuiabana, inclusive, encorpando a luta pelo Rio Cuiabá e por toda Bacia Hidrográfica desse rio”, pontuou o deputado destacando que o projeto envolve o esgotamento sanitário, as dragas, a recuperação da mata ciliar, a captação de água com mais qualidade, tratamento e a limpeza do rio.

Kalil Baracat ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pela Assembleia Legislativa e parceiros; pontuou as ações que o Município já desenvolve em prol da preservação do Rio Cuiabá, os investimentos realizados em saneamento básico; e, lembrou que os estudos realizados pelo Comitê ajudarão a nortear as ações das prefeituras das cidades que margeiam o Rio Cuiabá.

“Várzea Grande aderiu a este projeto junto à Assembleia Legislativa, à Universidade Federal de Mato Grosso, à Marinha do Brasil, e, outros atores. Vamos somar forças para entregar dentro da nossa realidade um saneamento básico de qualidade, pensando na recuperação do Rio Cuiabá, além de outras políticas públicas voltadas a este tema”, declarou.

Kalil Baracat ainda enumerou ao deputado e aos membros do Comitê que está em construção “uma estação de esgotamento sanitário que vai dobrar o esgoto de tratado da cidade. Atualmente 29% do esgoto é tratado e queremos passar para 70%. São investimentos em torno de R$ 90 milhões. Este ano queremos colocar um reator já para funcionar”, afirmou.

Eliana Rondon, engenheira sanitarista, membro do Núcleo Interdisciplinar de Saneamento Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e primeira-secretária executiva do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Cuiabá – ME, explicou que a principal vantagem das prefeituras fazerem parte do Comitê é terem acesso a informações e dados que ajudam a administração a como escolher onde e como aplicar os investimentos públicos, além de preservar o mesmo.

“A questão do rio ser um canal de receber e diluir o esgoto das cidades e também os resíduos sólidos produzidos principalmente nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande é um grande desafio. Quando a gente trabalha nessa visão de bacia hidrográfica, a gente tem que pensar que a água do rio é utilizada para abastecer a cidade, e ela volta na forma de esgoto. E, esse esgoto produzido das residências deve ser também coletado, tratado e devolvido. A gente sempre diz que o rio é um só, para uso múltiplo, e a forma de utilizarmos ele pode comprometer o abastecimento, o esgotamento, a irrigação, e outros”, detalhou a especialista.

O pesquisador e professor da UFMT, Francisco Machado, também conhecido como Chico Peixe, citou durante a reunião que a história de um povo pode ser contada a partir do rio que margeia aquela comunidade. “A ventrecha de pacu, a mojica de pintado, o cururu, siriri foi o rio Cuiabá que nos deu. Eu entendo essa expedição como uma conscientização, para mostrar a importância do rio, e para que o poder público entenda que tratar resíduos líquidos e sólidos é uma necessidade primária. A riqueza só existe por conta de recursos naturais”, argumentou.

Também participaram da reunião membros da Marinha do Brasil e da Capitania Fluvial de Mato Grosso.

O PROJETO – Requerida pelo deputado estadual Wilson Santos, a Expedição Fluvial no Rio Cuiabá tem o intuito de diagnosticar as condições do rio. Realizada de 16 a 20 de janeiro deste ano, a Comitiva percorreu cerca de 700 km de águas e fez reuniões em oito municípios.

“O resultado é um grupo de trabalho com intenção de unir poderes, instituições, organizações do terceiro setor. Cada entidade terá uma tarefa a ser feita para ajudar a salvar o rio Cuiabá”, afirmou Santos. Neste primeiro diagnóstico, o parlamentar destacou o número que ele considera excessivo de tablados de pesca contabilizados pela comitiva, cerca de 1.300 num trecho de 670 km. No perímetro urbano de Cuiabá e Várzea Grande, o deputado ressaltou ainda ter observado despejo de esgoto no rio, assim como descarte de resíduos sólidos.

“O trabalho do Comitê consiste em olhar os usos da água, que são diversos, sendo prioritário o abastecimento público e para animais e que inclui também piscicultura, indústria, lazer, balneabilidade, irrigação, geração de energia. Só olhando isso a gente consegue fazer um balanço para ver quanto de água eu retiro, quanto tenho disponível. Este é o trabalho que visa elaborar um plano de uso para evitar conflitos. Com certeza um trabalho como esse vai ter impacto na conscientização das pessoas, vai gerar novas leis e agora contamos com a ajuda de Várzea Grande”, completou o deputado.

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