Transplante de medula óssea aumenta em 30% chances de cura de pessoas com leucemia

Fevereiro Laranja – Chance de compatibilidade é de um para cada cem mil pessoas, de acordo com Ministério da Saúde

O fator que mais dificulta a realização de procedimento de transplante de medula óssea é a dificuldade de encontrar um doador compatível. Dados do Ministério da Saúde mostram que a chance dessa compatibilidade é de um para cada cem mil pessoas. Diante desse cenário é que se celebra neste mês o Fevereiro Laranja, para trazer esclarecimento sobre a doação e sua importância no combate à leucemia.

Quando encontrado um doador compatível, uma pessoa com leucemia tem 30% de chances de cura e, quando esse procedimento é feito entre pessoas “não aparentadas”, a estimativa é menor. Além disso, a indicação de transplante depende do tipo da doença e da resposta que a mesma tem aos tratamentos iniciais. Há ainda a chance de restabelecimento apenas com os processos convencionais.

Maria Luzia há 22 anos faz parte do banco de doação de medula óssea e não pretende parar de contribuir. “Sempre gostei de ajudar quem precisa e, por isso, sou doadora de sangue e medula óssea há anos. Estar nessa posição de poder auxiliar para mim significa ter compaixão com o próximo e estar disposto a ajudar alguém, mesmo sem conhecer. Esse é um gesto muito puro”.

Em Mato Grosso, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), apenas em 2022 foram encaminhadas 103 pessoas para transplante de medula óssea via Tratamento Fora Domicílio (TFD). Além disso, houve uma redução de 55.88% no número de óbitos decorrentes da doença, conforme comparativo ao ano de 2021. Apesar dos números animadores, quando se fala de doação de medula óssea, houve registro de queda.

Isso porque, ainda de acordo com os dados da SES, o cadastro de novos doadores caiu 90% entre 2016 e 2022. Atualmente, o estado conta com 69.416 doadores cadastrados no Redome e 201 pessoas aguardando por transplante de medula óssea. Paloma Borges dos Santos, hematologista da clínica Oncolog, explica que para fazer parte do índice de doadores é simples e pode ajudar a salvar muitas vidas.

“Quem quiser doar, basta ter entre 18 e 35 anos, estar com bom estado de saúde e ir até o Hemocentro mais próximo de sua casa para realizar um cadastro no Redome. Lá, será feita a coleta de uma amostra de sangue para que possa ser realizada a tipagem HLA. Um ato como esse toma pouco tempo da pessoa e pode ajudar alguém a ter tempo e vida”, pontua a especialista.

Sintomas

A hematologista Paloma Borges dos Santos explica que a Leucemia se manifesta em sintomas variados, e que, caso qualquer um deles seja observado, um médico deve ser procurado o quanto antes. Entre os indícios, cansaço, manchas pelo corpo, perda de peso e sangramento sem causa definida, assim como febre inesperada.

“Sentir dores nos ossos também é motivo para ficar atento. As chances de cura aumentam de forma significativa quando o paciente é tratado o mais rápido possível. O tipo de tratamento depende do estado clínico, mas pode ser quimioterapia, radioterapia e transplante de células-tronco, que é o transplante”, reforça a médica.

Quanto à doação de medula óssea, pode ser feita de duas formas, sendo a primeira por aférese, quando as células são coletadas diretamente da corrente sanguínea. A segunda é feita por meio da coleta direta da medula, modalidade na qual o doador será sedado e requer internação de 24 horas.

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